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o meu assassino querido

2016 foi o ano em que a Ubisoft não lançou nenhum jogo da “saga” Assassin’s Creed. e ainda bem que não lançou, tendo estado focada na produção daquela que (para mim) foi a melhor adaptação de um jogo para o grande ecrã. não escondo que sou fã incondicional da série de jogos, tendo practicamente todos menos o mais recente, Syndicate

sim claro, os dois filmes Tomb Raider com a Angelina Jolie foram um grande passo nesta direcção e segundo parece este ano vamos ter mais um filme desta série que é um filme reboot do reboot do jogo que veio trazer de novo o prazer de jogar novamente com a Lara Croft

mas voltando ao “assassino querido” e aproveitando o que já escrevi para a Take Magazine de facto este filme pega na história base do jogo que, segundo os exímios espertos do cinema, é demasiado fraca e quase que fútil

na verdade, qual é o jogo que conhecem que tenha uma história base, sólida e consistente? eu conheço muito poucos, talvez o Night In The Woods tenha a história mais complexa, em que todos os personagens foram escritos de forma bem real, mas divago

mas explica-me lá esse assassino?

a premissa de toda a série parte do princípio que a Abstergo Industries, os templários dos tempos modernos, constroi o ANIMUS que permite explorar as memórias dos antepassados através do ADN. esta exploração das memórias de quem estiver no ANIMUS serve para ir procurar uns artefactos que permitem ao seu portador poderes de controlo sobre a humanidade. na série de jogos andamos à procura da “maçã do éden”

no primeiro jogo conhecemos o Desmond Miles, um bartender que se vê arrastado para o ANIMUS pela Abstergo, onde começamos a explorar as memórias de um assassino que tomou as decisões erradas e que se vê relegado à posição de “recruta”. o nosso antepassado, Altaïr Ibn-La’Ahad vai conduzindo investigações e missões de assassinato ao longo do jogo de forma a recuperar as armas e capacidades de movimento, terminando o jogo a impedir que a maçã do éden seja mal utilizada

e para quem não conhece a série de jogos, este é o único personagem que é treinado para ser um assassino pois todos os personagens seguintes acabam por o ser por acaso

ok certo, e o filme é sobre o quê mesmo?

o filme agarra na maioria dos conceitos base da série de jogos sem entrar em muitos detalhes e começa por nos transportar para a idade média em Espanha em que assistimos à cerimónia de admissão de Aguilar de Nerha na irmandade dos assassinos e segue com a infância de Callum Lynch, o filho de dois assassinos que se torna delinquente e acaba condenado à morte, execução essa não passa por um pretexto para colocar Callum à força no ANIMUS e explorar o seu passado

a Abstergo Industries é apresentada na sua eterna busca pela maçã do éden de forma a conseguir ter a “ordem” (leia-se controlo) sobre a humanidade. por outro lado, a irmandade dos assassinos defende o livre-arbítrio e a escolha pessoal. curiosamente, o realizador acaba por tomar uma excelente decisão de imparcialidade, não mostrando os assassinos como os bonzinhos e os templários como os maus. essa dicotomia tão habitual dos filmes oriundos do outro lado do Atlântico não está aqui presente

o resto do filme segue a sequência habitual de eventos entre o passado e o presente, em vemos aquilo que podem ser três missões do jogo. não vou fazer spoiling da história para quem eventualmente esteja interessado, um “bom” filme de acção com muitas cenas copiadas e coladas das melhores que o jogo já teve até hoje

apesar das críticas negativas que o filme teve, fruto das ideias pré-concebidas dos tais espertos, espero que façam uma sequela que a história merece ser continuada